segunda-feira, 19 de agosto de 2013

MÃE, SOLTEIRA, DIGNA.


Quero parabenizar as mães solteiras. Além de enfrentar os problemas decorrentes da maternidade ainda precisam enfrentar o problema do bendito machismo da sociedade.

Onde está o pai da criança? Não importa. Ele pode ter morrido, ele pode estar em outro país, pode não dar a mínima, pode ser um doador anônimo, etc. No fim o que vai restar na cara de quem pergunta é o olhar de “pobrezinha, criando o filho sozinha sem o pai”.

Pode até ser que o pai faça falta, beleza. Mas porque olhar para as mães solteiras com pena? Por quê não olhar para ela com inspiração? A mulher tá dando seu sangue e suor pela criança, se esforçando para ser mãe e por vezes pai. Por quê colocar um rótulo de eterna sofredora ao invés de eterna guerreira?

Eu explico o porquê. Novamente nosso comportamento cria a mensagem subliminar negativa. De que a mulher não tem condições de ser mãe sem o suporte do pai. Que sem um pai a criança não terá um exemplo masculino a seguir ou respeitar. Que o menino vai ser viado e a menina vai ser puta. A sociedade impõe que essa mulher encontre um homem e faça dele o pai de seus filhos.

Minha mãe me criou só e eu sei o que ela passou. Aos olhos dos outros minha mãe era uma sofredora, uma mulher sem sorte que caiu nas graças de meu pai e ficou com a pior parte do trabalho. Minha mãe nunca se casou com meu pai ( o que foi uma das mais inteligentes decisões) e também não se sentiu na necessidade de ter um parceiro. Óbvio que suas amigas sempre cochichavam que ela precisava namorar mesmo com a decisão de ser mãe apenas. Mas hoje eu sei que não foi apenas uma decisão dela, e sim uma constatação: ela não queria namorar ninguém porque ninguém interessava.

Minha mãe era bastante rebelde pra sociedade. Autônoma, independente e feliz, isso incomodava muitas pessoas. A maioria se irritava por minha mãe não se encaixar na imagem de mulher triste e sofredora. Se irritavam pelo simples fato dela não precisar de um homem para preencher o vazio que para ela nunca existiu. Se irritavam por ela mostrar a verdade de muitas mulheres que aceitam de cabeça erguida a idéia de ser mãe.

Por isso eu não vejo as mães solteiras como sofredoras. Tenho a minha pra mostrar a verdade. Eu via seus momentos tristes e felizes e não importava o problema, seja sorrindo ou chorando, enfrentava tudo de frente e fazia de tudo para superar. Minha mãe assim como muitas outras mães solteiras deixa o papel de sofredora aos olhos do povo porque estava muito ocupada cumprindo o seu verdadeiro papel que é de heroína.



Fonte: www.homemmaravilha.com.br/



Nenhum comentário:

Postar um comentário